Declaração do artista
A verdadeira questão para mim hoje é: como é que um artista que trabalha no século XXI pode continuar a criar obras de arte originais depois da presença esmagadora de movimentos artísticos notáveis do século XX como o Cubismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Bauhaus e a Cobra? Quando vou a museus, olho para a arte de duas perspectivas diferentes. Um é de um ponto de vista histórico e o outro é da perspectiva de um artista. Nunca pintarei como Jackson Pollock ou Francisco de Goya, mas admiro profundamente os desafios que ambos trouxeram à estética da arte.
Os últimos dois anos foram significativos para mim em termos de reflexão sobre arte, história e guerra. O Dadaísmo foi um dos movimentos artísticos de vanguarda mais significativos, nascido no coração da Europa em plena Primeira Guerra Mundial. Esta guerra continua a ser o conflito mais brutal jamais visto na história e os artistas da época desafiaram a tradição. A arte, tal como era conhecida, nunca mais seria a mesma: a industrialização, a imprensa foto-ilustrada, a radiodifusão e o cinema comercial.
Criaram novas estratégias de criação artística, incluindo colagem, montagem, assemblage, readymades e brincadeiras com os media. A minha instalação artística Beauty for Ashes Project é uma resposta à história do modernismo e funciona como um paralelo do século XXI que reflecte sobre as consequências dos nossos tempos. O verdadeiro desafio é saber quando é que um artista deixa de citar outra pessoa e começa a citar-se a si próprio. A grande arte vem do interior, é a verdadeira linguagem da alma. Criar arte é um acto de fé em si mesmo. No meu caso, a minha fé em Cristo Jesus é uma fonte inesgotável de inspiração e de poder nos domínios da criatividade, do amor e da esperança.
-Duda Penteado